20 de abril de 2009

VOCÊ NÃO É O SEU CARGO!


Muitas pessoas ficam limitadas em seu desenvolvimento pessoal e profissional em decorrência do cargo que possuem.
O orgulho de colocar no cartão pessoal, logo abaixo do nome, um cargo pomposo, capaz de garantir respeito e status já foi o sonho de muitas pessoas.
Assim é fácil observar a relutância de alguns ainda em se esconder atrás deste ou daquele cargo, mas a verdade é que muitas pessoas estão rompendo as amarras impostas obtendo, assim, a ampliação dos seus conhecimentos e capitalizando novas oportunidades.
Um bom exemplo disto ocorreu comigo em dezembro último, quando me impus um desafio: encontrar brinquedos em quantidade e variedade para presentear crianças que encontrasse pelas ruas.

Foi então que, no auge das compras de final de ano, em um sábado, me aventurei na "meca" do consumo paulistano para fazer as tais compras, a rua 25 de março.
Lá, o consumidor encontra todo tipo de bugiganga, desde produtos de armarinhos, passando por artigos de papelaria, artigos para festas, brinquedos até a mais alta tecnologia de eletrônicos importados por meios não muito "convencionais".
Logo na primeira loja fiquei como "barata tonta" tentando caçar um vendedor que pudesse me dar um pouco de atenção.
Logo que entrei vi um rapaz com um jaleco amarelo descarregando um carrinho cheio de mercadorias. Rapidamente olhei para os lados e não vi nenhum cliente. Era a minha oportunidade, afinal, um vendedor sem assédio naquele dia era "jóia rara".

Dirigi-me até o rapaz, que não aparentava ter mais de 25 anos e solicitei algumas informações dos brinquedos que procurava. Como não havia a quantidade exposta, ele precisou buscar os produtos no estoque central, e em menos de 5 minutos tinha concluído a minha saga: bolas, bonecas, carrinhos, jogos, enfim, tudo estava lá.
Antes de me despedir, perguntei o nome do "profissional", e assim terminei, agradecendo muito ao Júlio César por ter me facilitado a vida naquele dia.
Fui ao caixa fazer o pagamento para conseguir, finalmente, sair daquela loucura do consumo. Foi então que me perguntaram qual vendedor havia me atendido.

Orgulhosamente respondi: Júlio César.
Minha surpresa tamanha foi quando recebi como resposta: Não temos nenhum vendedor com este nome aqui. Como é que eu vou cadastrar a venda para um vendedor que não existe? Conversa vai, conversa vem, acabei descobrindo que ele não era um vendedor não, mas um repositor, que estava trabalhando de temporário.
Na mesma hora pensei que seria uma falta de consideração com aquela pessoa que resolveu meus problemas considerá-lo apenas um repositor.

Então insisti: O Júlio César é o melhor vendedor desta loja. Fiz questão de mostrar para o gerente a minha opinião e na segunda-feira liguei e expliquei, externando a minha satisfação com o Júlio César, que priorizou resolver os problemas do cliente ao invés de ater-se a seu cargo.
Com sua iniciativa Júlio César contribuiu diretamente para o aumento dos resultados de sua empresa. Muitas pessoas se rotulam e rotulam os demais em função dos seus cargos.
Desta forma, vendedor é aquele que vende, repositor é aquele que repõe e assim por diante. Nas empresas em que este paradigma ainda é mantido, as pessoas se limitam em fazer apenas sua "especialidade" e não ousam aprender coisas novas. Jamais se esqueça o que você é e a competência que tem.

Silvio Bugelli é consultor, conferencista e educador empresarial.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...