Dez dicas para fazer um network
O relacionamento entre as pessoas não ocorre apenas no campo pessoal. Hoje, para se destacar no mercado, além de contar com competências técnicas e comportamentais o profissional precisa ampliar seu horizonte dentro e fora da organização. E isso tem ocorrido através do chamado network, ou seja, a rede de relacionamentos. Vale lembrar que graças a essa prática, muitas organizações têm captado talentos para suas equipes. Confira agora algumas dicas para fortalecer sua rede de relacionamentos.
1 - Ao investir no network, o profissional dever conhecer a si. Ou seja, precisa saber que rumo deseja para sua carreira.
2 - Uma boa rede de relacionamento exige ética, pois quando ela inexiste o profissional prejudica a própria imagem. Por exemplo, quantas pessoas repassam e-mails indesejáveis para todos os seus contatos? Imagine um gerente de uma organização abrir a caixa postal e se deparar com uma mensagem com piadas sobre gestores.
3 - O network proporciona visibilidade, mas não pode ser apático. A rede de relacionamentos exige dinamismo do indivíduo e isso significa não apenas pedir informações, mas também repassar conteúdo de valor para as outras pessoas. Ao receber uma pesquisa sobre as últimas tendências do mercado de trabalho, não custa compartilhar a informação com outros profissionais.
4 - O network deve ser feito com pessoas conhecidas, pois permite que o profissional tenha a oportunidade realizar uma ligação e estreitar ainda mais o relacionamento com quem está do outro lado da "linha".
5 - Com o crescente aumento da tecnologia, muitas pessoas tornam seu network restrito apenas ao ambiente virtual. A rede de relacionamentos pode ser fortalecida tanto em eventos do campo profissional quanto pessoal.
6 - Nos encontros presenciais como reuniões, palestras, cursos, o uso do cartão de visita é uma ferramenta valiosa. Por isso, entregue o seu e se possível também peça o cartão do profissional com quem está conversando.
7 - Caso reencontre um contato importante, ao vê-lo não vá com tanta "sede ao pote". Seja educado e o cumprimente sem ansiedade. Depois que a conversa fluir um pouco, pergunte se ele continua com o mesmo número de telefone e e-mail.
8 - O network é valioso tanto para o profissional quanto para as organizações. Alguns estudos já comprovaram que boa parte das melhores vagas oferecidas pelo mercado é preenchida através da rede de relacionamentos.
9 - Seja seletivo em seu network. Não o exceda de contatos que não agregarão valor algum. A qualidade é muito mais valiosa do que a quantidade.
10 - Faça parte de site de relacionamentos que tenham propostas sérias. Se alguma pessoa que você conhece é um dos integrantes, pergunte sobre o conteúdo das informações que são disseminadas, o fluxo de mensagens que chegam, por exemplo.
Os benefícios que o networking proporciona à carreira
Na Era da Globalização as informações chegam às pessoas em um ritmo cada vez mais acelerado. Essa realidade não causa apenas impacto nas organizações, onde ações estratégicas podem ser tomadas com base em fatos que aconteceram no outro extremo do planeta. O dia-a-dia mostra que as pessoas também estão diretamente envolvidas nesse contexto e isso, por sua vez, gera conseqüências diretas na carreira de cada indivíduo. Hoje, não se concebe mais a idéia de que o desenvolvimento deve ser relegado a um segundo plano e tampouco que o isolamento não prejudicará a empregabilidade. Pelo contrário, as pessoas precisam estar atentas ao que acontece ao seu redor e em constante processo de atualização. Um dos recursos que os profissionais contam é o chamado networking ou rede de relacionamentos.
Segundo Neusa Hirota, gerente de desenvolvimento da Votorantim Industrial e consultora especialista em networking, para se construir uma boa rede de relacionamentos, é preciso respeitar quatro premissas: seletividade, respeito, interesse genuíno e reciprocidade. “Respeitadas as proporções em relação ao mundo corporativo, uma boa rede representa acesso a mais informações, a melhores decisões, a melhores oportunidades e maior competitividade profissional”, afirma. Em entrevista concedida ao RH.com.br, a consultora explica ainda que para cada pessoa existe uma forma diferenciada de formar um bom networking.
Neusa Hirota ministrará a palestra “Networking e Inteligência Social: Crescendo Através dos Relacionamentos”, durante o 2º ConviRH - Congresso Virtual de Recursos Humanos, promovido pelo RH.com.br - . Esse é um tema que merece a atenção de qualquer profissional que deseja sobreviver à competitividade acirrada do mercado globalizado. Boa leitura!
RH.COM.BR - O que podemos chamar de um networking eficaz para um universo corporativo onde a Globalização faz-se sempre presente?
Neusa Hirota - A Globalização trouxe mudanças incríveis para o cenário corporativo. O que ocorre do outro lado do mundo impacta não só as bolsas de valores, mas em vários setores econômicos no instante seguinte. A perspectiva de um determinado negócio ao acordarmos pode ser totalmente diferente daquela de quando formos dormir e vice-versa. Não há mais efeitos isolados no mundo dos negócios, o que torna os networkings um valioso patrimônio. As empresas que têm boas redes de informações - business intellligence - e capital social - no caso corporativo, pessoas competentes, conectadas e emocionalmente inteligentes - tem um grande diferencial competitivo.
RH - Para os profissionais, qual a importância de se manter uma boa rede de relacionamentos?
Neusa Hirota - Respeitadas as proporções em relação ao mundo corporativo, uma boa rede representa acesso a mais informações, a melhores decisões, a melhores oportunidades e maior competitividade profissional. Ascender na carreira, principalmente a funções executivas e estratégicas, não se sustenta na competência técnica do profissional. Agora, prevalece como esta pessoa constrói relacionamentos consistentes que contribuam para o enriquecimento de seus conhecimentos, informações, exposição e vivência. O valor das redes ao executivo foi tema de matéria da revista Exame em abril de 2006. As redes sociais já têm valor tão reconhecido que escolas como Harvard, Stanford e Wharton oferecem programas de doutorado dedicadas ao tema. Quando ministro palestras sobre o tema, procuro dar dicas e ensinar uma maneira sistemática para se criar, selecionar e alimentar uma boa rede de relacionamentos. Os resultados são mais produtivos se tomamos decisões baseados em objetivos claros.
RH - Há pessoas que acreditam que um bom networking é apenas manter uma listagem atualizada de contatos e alimentar uma via unilateral. O que a Sra. pensa sobre isso?
Neusa Hirota - Hoje em dia, com o aumento de contatos e informações que nos chegam por vários meios, colecionar endereços sem cultivar relacionamentos com seus donos é, na melhor das hipóteses, duplicar uma lista telefônica. Muitos acreditam que networking é encaminhar e-mails com piadas - copiando muita gente, distribuir e recolher cartões indiscriminadamente ou buscar velhos conhecidos num momento de necessidade. Perda de tempo para todos os envolvidos. A demanda de todo profissional aumentou devido à velocidade com que as informações passaram a fluir, principalmente depois da Internet. Ser seletivo é questão de sobrevivência. Toda semana recebo currículos de totais desconhecidos, que devem ter obtido meu endereço ou e-mail de alguma listagem ou mala direta. Alguns se dão ao trabalho de redigir uma pequena apresentação de seus objetivos. Outros, além de enviar a mensagem em cópia oculta - ou seja, para vários destinatários ao mesmo tempo, sequer fazem uma apresentação simpática. Qual o valor disso? Zero.
RH - Então, para se manter um networking eficaz, o profissional também deve estar disposto a doar algo de si?
Neusa Hirota - O dia continua a ter 24 horas. Construir e manter uma boa rede tem quatro premissas: seletividade, respeito, interesse genuíno e reciprocidade. Um networking é como uma conta corrente em que uma iniciativa sua, seja contato, demonstração de interesse ou oferta de ajuda representam um depósito. Mas se for pedir um favor ou ajuda, fará dois saques. Atitudes como cancelar encontros de última hora, expor o contato a situações constrangedoras, usar ‘o santo nome da pessoa em vão’ representam mil saques. Claro, a maioria de nossos contatos será de conhecidos, os contatos superficiais com quem nós interagimos no trabalho, eventos, entre outros. Estes não são partes de sua rede, são a lista telefônica ou as páginas amarelas que você poderá consultar ocasionalmente. Mas não espere deles reciprocidade ou atenção se não houver um verdadeiro relacionamento estabelecido.
RH - A networking exige dinamismo?
Neusa Hirota - Sem dúvida. Dinamismo e iniciativa para manter e cultivar relações. Planta-se para colher e não o contrário.
RH - Qual a melhor forma de se iniciar uma boa rede de relacionamentos?
Neusa Hirota - Não há forma melhor ou pior, há a forma que melhor atende a cada um. Para alguns, pode ser por meio de familiares. Para outros, mantendo vivas as relações do colégio e universidade. Há quem desenvolva uma boa rede participando de grupos profissionais - muito comum na área de Recursos Humanos. É importante atentar que apenas ter contato, trocar cartões, não representa incluir alguém na rede de relacionamentos. Reforço as premissas da rede: seletividade, respeito, interesse genuíno e reciprocidade.
RH - Quais as ferramentas mais importantes para se manter um networking?
Neusa Hirota - Um bom networking tem de ter ser organizado. A tecnologia ajuda muito: há scanners para cartão de visitas, o outlook permite vários registros sobre o contato, os palms, blackberries e computadores de mão permitem acesso o tempo todo. Na Internet, há vários sites que permitem organização de contatos, comunicação instantânea -messengers, exposição pessoal - blogs e comunidades, bem como redes profissionais virtuais, caso do Linked In, o mais conhecido deles. Mas, o principal continua a ser o contato ou toque pessoal - e equipamento ou site algum podem substituir isso.
RH - Quais as dificuldades mais comuns que as pessoas encontram para manter uma rede de relacionamentos eficaz?
Neusa Hirota - Em geral, tempo e interesse genuíno. Tempo porque as prioridades são muitas, o dia continua a ter 24 horas e, às vezes, é difícil conciliar agendas. Interesse genuíno porque sem freqüência, os contatos tornam-se superficiais e fica difícil conquistar familiaridade com alguém. É totalmente diferente perguntar a alguém “Como está fulano?” - chamando a pessoa pelo nome - e “Como está sua mulher, marido ou filho?”. Daí minha ênfase na seletividade. Não se pode agradar e nem contatar a todos ao mesmo tempo, sob o risco de não se fazer outra coisa. Um e-mail enviado vai gerar respostas, que irão requerer retorno seu. Imagine, tentar alimentar uma rede de relacionamentos com 100, 500 pessoas com interesse genuíno e reciprocidade?
RH - Que futuro você imagina para quem não valoriza uma rede de relacionamentos?
Neusa Hirota - Sem dúvida, menos oportunidades e informações, mas o que vale é a medida de interações que cada um necessita para se sentir feliz. Nesses anos de prática consciente de networking, tenho recebido tantas oportunidades e conhecido tantas pessoas extraordinárias, que abandonar a prática seria como retirar significado de minha vida. Mas como todo exercício ou ginástica, seu valor fica mais claro depois que se começa a prática. E sempre haverá quem viva achando que está bem sem ela.
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