13 de abril de 2011

"Motivação"- Por Fran Christy

Motivação, trabalho e lazer


Como sentir-se motivado? Como encontrar a motivação? Como sentir aquele entusiasmo, aquela energia inesgotável que sabemos ser possível, sabemos estar ao nosso alcance, mas no dia-a-dia temos a impressão de que qualquer vislumbre de energia se esvai por entre nossos dedos?
A primeira coisa sobre motivação é compreender que a própria palavra envolve “motivo”. Vejo muita gente tentando se motivar no vazio, ou seja, tentando encontrar entusiasmo sem ter motivo algum para fazer o que faz. É possível que você jamais consiga encontrar motivação no que faz justamente porque o que você faz não tem sentido algum para você.
A solução nesses casos não é criar artimanhas para se auto-enganar e sentir pequenas ondas de motivação aqui e ali só para sobreviver fazendo o que não se quer fazer! Muito do que se vê sobre motivação na área de auto-ajuda parte desse princípio, ajuda o leitor a “inventar” uma motivação falsa, a criar pequenas ondas de estímulo tal qual um coelho numa pista de corrida correndo atrás de uma cenoura suspensa.
Se você não faz o que gosta ou nem sabe o que gostaria de fazer, não há motivação mesmo, não adianta teimar!
A condição ideal é a pessoa fazer o que gosta e se organizar e disciplinar para obter resultados dentro daquela atividade. Esses resultados positivos reforçam sua motivação e a estimulam a continuar no caminho que está trilhando.
Essa postura afeta diretamente as noções que a pessoa tem de lazer. O cidadão comum que vive para trabalhar e trabalha para viver sonha com os momentos de lazer como a salvação de seu sacrifício para dar conta da própria vida. No fundo, esse indivíduo desperdiça a vida completamente. Faz algo inútil profissionalmente, algo que não acrescenta nada além de dinheiro à sua vida e no tempo de sobra ele só quer saber de distrações e atividades que proporcionem descanso – atividades que também não acrescentam nada à sua vida. No final das contas, ele não consegue fazer nada realmente significativo. Sua vida passa e ele não fez nada além de sobreviver.
Uma das piores posturas da nossa sociedade é adotar uma visão clichê em cima de argumentos como o que acabei de lançar. “Ah, mas não é tão fácil!”, ou “Tem gente que não tem condições de fazer só o que gosta!”, ou ainda “Como é que eu vou pagar as contas se eu só fizer o que gosto?”.
Esses clichês são altamente destrutivos e paralisantes! São clichês porque são mentiras, em primeiro lugar! As pessoas repetem como papagaios essas frases e a postura que segue o raciocínio é fechada. A pessoa fala: “Ah, mas não é tão fácil”, e ponto final. Ela pára de pensar, pára de raciocinar em cima do assunto. O clichê fecha seu pensamento como uma idéia conclusiva. É assim e pronto… O que é que tem mais para discutir? Se você se pega fechando seus pensamentos com esses clichês, repetindo-os como um papagaio, sem pensar mais profundamente no assunto, talvez uma mudança de postura mental seja necessária!
Nessa altura do desenvolvimento da sociedade humana, já deveríamos ter história suficiente para que as pessoas não caíssem mais como patinhos nesses clichês, que, diga-se de passagem, são coisa de fracassado. Mas por que eu digo isso? Há histórias suficientes que mostram como pessoas saíram do zero absoluto e conseguiram superar qualquer tipo de dificuldade. Há todo tipo de história, em tudo quanto é canto do mundo, sobre todo tipo de gente! Eu parto do princípio de que se um ser humano que não tem nada de diferente conseguiu qualquer coisa, eu também posso fazer, conseguir, ter ou o que quer que seja. Se é humanamente possível, qualquer um pode. Desde que (e é aí que a maioria capenga) a pessoa interessada tenha direcionamento, disciplina e garra para chegar lá. E é aí que a coisa pega, não é mesmo? Repetir como um papagaio que não é tão fácil e cruzar os braços desacreditando idéias é infinitamente mais cômodo e fácil do que arregaçar as mangas e caminhar em direção ao que se quer. Daí pra adotar uma postura de reclamão repetindo indefinidamente clichês que todo mundo também repete é um passo.
A motivação real, aquela duradoura, aquela que não vai embora, aquela que não amarela frente a uma dificuldade, só está disponível para os corajosos e ousados que brigam pelo que querem e arriscam tudo se for necessário. É claro que essa é uma pequena parcela da sociedade, mas não há desculpa que amenize o fato de que o resto sucumbe à covardia e à acomodação. Como você vai defender esse tipo de postura? Não dá! Portanto, usar clichês para defender os covardes, pusilânimes e acomodados não funciona, essas frases feitas não explicam a realidade!
Se você se identifica com esse último grupo, não se sinta ofendido! Pegue essas minhas palavras e use-as como uma injeção de ânimo para começar uma mudança radical. O que é que você está esperando? Desperdiçar ainda mais vida?

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