9 de abril de 2011

Bullying e cyberbullying: O que é? Dicas e orientações



Bullying e cyberbullying: O que é? Dicas e orientações
Uma palavra em inglês, pouco conhecida, vem se tornando, neste século, um pesadelo nas escolas do mundo inteiro, inclusive no Brasil: é o bullying

O que é isso, afinal? Bullying é um padrão repetitivo de agressão física e/ ou psicológica, praticada entre estudantes, no espaço físico da escola, com a clara intenção de ferir, humilhar ou prejudicar
Antigamente, não era conhecido com esse nome, mas a prática já existia. Considerava-se “brincadeira de crianças”, mas hoje se percebe que é um padrão de relacionamento violento que pode ser carregado para a vida adulta, resultando em problemas de condutas antissociais, de violência doméstica ou de assédio moral no trabalho. Discriminar o colega de classe, falar mal, apelidar de algo maldoso, tudo isso, por exemplo, era – e é – bullying e tem que ser combatido. Enfim, é um tipo de violência, praticada por um ou mais indivíduos, para intimidar o outro; ou para mostrar que há uma “hierarquia” no convívio escolar, para explicitar que há certa – estranha e inaceitável – relação de poder entre os alunos.
Nos dias de hoje, com a internet e a novas tecnologias, isso pode se agravar. Já foi inventado o cyberbullying, algo que ultrapassou os muros da escola, mas que repercute dentro da escola. Qualquer foto, imagem ou vídeo pode parar na rede de computadores para ridicularizar, discriminar alguém e virar um escândalo no mundo digital. Os recursos modernos expõem a criança a níveis perigosos. Hoje, ela pode ser filmada e as imagens, no segundo seguinte, ganhar o mundo através das ferramentas da internet. E ninguém está salvo disso. É preciso prevenir.
Ainda no que se refere à faceta mais moderna de bullying, o cyberbullying, é fundamental destacar as modalidades pelas quais ele é praticado: pode ser por mensagens de texto do celular, por sites de relacionamentos, como o Orkut, e também por meio de bate-papos eletrônicos, como o MSN e o Facebook, além de blogs e emails. Por isso, deve-se tomar cuidado com senhas e imagens que são postadas na internet.
Precisamos estar atentos. Esse tipo de violência, estando ou não na internet, faz com que muitos jovens acabem pensando em se isolar ou se afastar da escola – e essa pode ser uma das piores consequências do bullying. Neste aspecto, é importante lembrar que esse tipo de violência acontece em qualquer escola, independentemente de condições sociais e econômicas; além disso, estudos recentes mostram que a prática do bullying pode causar, a quem é afetado, uma baixa na auto-estima, dificuldade de desenvolvimento escolar, crises de angústia e até depressão.

As testemunhas muitas vezes se omitem pelo medo de serem escolhidas como alvos dos ataques e sofrem com isso pelo resto da vida. Por isso, é importante localizar e divulgar quem são os agressores na internet e, caso o agressor esteja na escola, o pai deverá ser convocado pela direção. Verdade que o bullying ainda não é considerado um crime, mas, mesmo assim, desrespeita princípios constitucionais básicos, como a dignidade humana. O cyberbullying é crime: imprimir mensagens ofensivas ou fotos adulteradas podem servir como provas para denunciar nas delegacias especializadas em crimes de informática. O que antes podia ser uma pequena provocação, nos tempos atuais pode ganhar a dimensão de um trauma. Se um mero apelido ganhava contornos que podiam marcar para sempre a vida de uma criança, o que se vê hoje em dia nos chamados bullyings é um expediente que às vezes prejudica e muito o desenvolvimento da personalidade do jovem. 
 






Orientações / dicas de atividades:

Para os professores e as escolas:
- Alertar, durante as aulas, e até mesmo através de palestras para a comunidade/comunidade escolar, sobre a existência do Bullying,;
- Estruturar um programa anti-bullying a ser inserido no projeto pedagógico da escola, envolvendo alunos, toda a equipe escolar, famílias e comunidade;
- Valorizar as potencialidades dos alunos (virtudes, características, atitudes), priorizando o respeito às diferenças;
- Estimular ações de prevenção à prática do bullying/cyberbullying, contando, inclusive, com a iniciativa dos alunos para produzir material sobre o tema;
- Sempre estar em contato com os pais, através de conselhos de classe, reuniões mensais e questionários, para avaliar o comportamento das crianças na escola - e em casa.
- Monitorar o que é feito nos computadores da escola.  No caso de cyberbulling, a instituição poderá responder pela agressão, caso provado o uso indevido dos equipamentos;
- A escola precisa atuar com alunos, equipe educacional e famílias para criar uma cultura de paz, em que fique claro que a prática do bullying não será tolerada, trabalhando “regras de convivência” e as consequências cabíveis quando essas regras não forem respeitadas.

Se a sua escola já apresenta caso(s) de bullying/cyberbullying:
- Oferecer um espaço, com um orientador pedagógico, para ajudar e orientar as crianças/famílias em relação a esse tipo de agressão;
- Procure fazer que o agressor se responsabilize pelos seus atos, sugerindo ações/maneiras de reparar os danos causados;
- Ouvir a vítima com atenção e estimular que esta crie recursos de autoproteção;
- Trabalhar os espectadores da cena para que não apóiem a ação do agressor (adotando o apelido ou ajudando a agredir), mas, ao contrário, inibir essas ações desaprovando-as;

Para os pais:
- Observar o comportamento dos filhos no dia a dia, para perceber se a criança está sofrendo ou praticando o bullying;
- Conversar com a direção e com os professores. Busque acompanhar o rendimento escolar e o comportamento da criança.
- Dialogar e orientar os filhos sobre o uso responsável do celular e da internet e os males que, se usada de forma indevida e não cuidadosa, ela pode causar;
- Conhecer as tecnologias usadas pelas crianças e monitorar a navegação na internet e o perfil nos sites de relacionamento;
- Determinar e estar atento ao tempo que a criança gasta na internet e observar os temas que lhe atraem, certificando-se dos cuidados para a autoproteção no uso da rede;
- Se algum conhecido está sendo vítima do cyberbullying, encoraje-o - e também os seus familiares – a denunciar e ajude-o a buscar apoio.
- Muitos jovens já foram obrigados a pagar multas por terem ofendido colegas ou professores na internet.
- * Caso a criança tenha sofrido a prática do cyberbullying, sugere-se gravar as imagens e/ou mensagens do agressor, bloquear o contato dos agressores no celular, email, MSN, redes de relacionamento. Essas ações poderão ajudar no momento de reunir provas para resolver o caso, além de evitar novas agressões;

(*) Vale salientar que esses são recursos a serem utilizados em última instância. A escola e a família, juntas nesse esforço, poderão criar ações de prevenção e inibir os casos de agressões ainda no estágio inicial.

Fontes:
- Dr. Lauro Monteiro Filho, médico pediatra e editor do Observatório da Infância.  www.observatoriodainfancia.com.br
- Maria Tereza Maldonado – Mestre em Psicologia, consultora nas áreas de Saúde e Educação e autora de vários livros, entre os quais A face oculta – uma história e bullying e cyberbullying.
www.mtmaldonado.com.br
www.youtube.com/user/terezamaldonado
- Thereza Penna Firme (PhD), educadora, pedagoga e especialista em avaliação de projetos na área da educação da Fundação Cesgranrio.
- SaferNet Brasil: mais dicas em www.safernet.org.br/prevencao   

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...