19 de março de 2011

Carybé - Um dos meus artistas preferidos!



Hector Julio Páride Bernabó ou Carybé (Lanús, 7 de fevereiro de 1911 — Salvador, 2 de outubro de 1997) foi um pintor, gravador, desenhista, ilustrador, ceramista, escultor, muralista, pesquisador, historiador e jornalista argentino naturalizado e radicado no Brasil.


Durante a época que morou no Rio de Janeiro, foi escoteiro. Lá, era costume cada um ser identificado por um nome de peixe e ele recebeu o apelido de de Carybé (nome de um tipo de piranha). O artista usou-o então como alcunha no lugar do seu nome de batismo, muito parecido com o do seu irmão, também pintor

Fez cinco mil trabalhos, entre pinturas, desenhos, esculturas e esboços. Ilustrou livros de Jorge Amado e Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez. Era obá de Xangô, posto honorífico do candomblé. Faleceu na varanda da casa de Xangô, do Ilê Axé Opô Afonjá, lugar que adorava.

Uma parte da obra de Carybé se encontra no Museu Afro-Brasileiro de Salvador. São 27 painéis representando os orixás do candomblé da Bahia. Cada prancha apresenta um orixá com suas armas e animal litúrgico. Foram confeccionadas em madeira de cedro, com trabalhos de entalhe e incrustações de materiais diversos, para atender a uma encomenda do antigo Banco da Bahia S.A., atual Banco BBM S.A., que os instalou em sua agência da Avenida Sete de Setembro, no ano de 1968.

 Murais no Aeroporto Internacional de MiamiA American Airlines, a Odebrecht e o Departamento de Aviação da cidade de Miami fizeram uma parceria para levar uma preciosidade da arte latino-americana para o Aeroporto Internacional de Miami. A parceria resultará em uma das mais importantes contribuições a cidade de Miami, levando a arte do artista brasileiro Carybé para o "Aeroporto das Américas."

Steve Brookes Studios.Dois dos murais de Carybé, considerados ícones das obras de arte pública do setor de aviação dos EUA, estavam sendo exibidos no terminal da American Airlines no Aeroporto JFK em Nova York desde 1960.

Os murais de 5 x 16 m foram encomendados quando Carybé ganhou primeiro e segundo lugares em uma competição de criação de obras de arte pública no aeroporto.

Depois de saber sobre a demolição do terminal, a Odebrecht, uma empresa brasileira que tem forte ligação com Carybé, teve a iniciativa de resgatar os murais do artista através de uma parceria com a American Airlines.

A American Airlines doou os murais a cidade de Miami, e a Odebrecht investiu em um projeto para remover, restaurar, transportar e instalar os murais no Aeroporto Internacional de Miami. Quando os especialistas de Nova York concluírem o processo de restauração ainda em 2009, os murais serão exibidos permanentemente no novo Terminal Sul do Aeroporto de Miami, construído pela Odebrecht em um empreendimento conjunto.

O mural "Rejoicing and Festival of the Americas" (Alegria e Festival das Américas) retrata cenas coloridas de festivais populares de países das Américas, e "Discovery and Settlement of the West" (Descoberta e Colonização do Oeste) descreve a jornada pioneira rumo ao oeste dos EUA.



Os estilos variados da arte de Carybé refletem o sabor das diversas etnias da cidade, assim como a rica cultura de Miami. Sua arte é permeada de cores vibrantes, cultura rica e tradições místicas da Bahia, estado brasileiro.



A celebração da vida e o respeito à diversidade cultural são qualidades compartilhadas entre Carybé e a comunidade de Miami, fazendo do Aeroporto de Miami o lugar perfeito para seus murais.

Formação1925 - Inicia atividades em artes freqüentando o ateliê de cerâmica do seu irmão mais velho, Arnaldo Bernabó, no Rio de Janeiro.

1927-1929 - Freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no Rio de Janeiro
1958 - Recebe bolsa de estudos em Nova Iorque, Estados Unidos da América.
Cronologia1919 - Muda-se para o Brasil.

1921 - É batizado com o nome Carybé pelo grupo de escoteiros do Clube do Flamengo, no Rio de Janeiro.
1927-1929 - Estudos na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
1930 - Trabalha no jornal Notícias Gráficas, em Buenos Aires, na Argentina.
1935-1936 - Trabalha com o escritor Julio Cortázar e atua como desenhista do jornal El Diário.
1938 - Enviado a Salvador pelo jornal Prégon.
1939 - Primeira exposição coletiva, com o artista Clemente Moreau, no Museu Municipal de Belas Artes de Buenos Aires, em Buenos Aires (Argentina); realiza ilustrações para o livro Macumba, Relatos de la Tierra Verde, de Bernardo Kardon, publicado pela Editora Tiempo Nuestro.
1940 - Ilustra o livro Macunaíma, de Mário de Andrade.
1941 - Desenha o Almanaque Esso, cujo pagamento lhe permite realizar um longa viagem pelo Uruguai, Brasil, Bolívia e Argentina.
1941-1942 - Viagem de estudos por vários países da América do Sul
1942 - Ilustração para o livro La Carreta de Henrique Amorim, publicado pela Editora El Ateneo (Buenos Aires, Argentina).
1943 - Junto com Raul Brié, traduz para o espanhol o livro Macunaíma, de Mário de Andrade; produz ilustrações para os obras Maracatu, Motivos Típicos y Carnavalescos, de Newton Freitas, publicado pela Editora Pigmaleon, Luna Muerta, de Manoel Castilla, publicado pela Editora Schapire, e Amores de Juventud, de Casanova Callabero; também publica e ilustra Me voy al Norte, pela revista trimestral Libertad Creadora; recebe o Primeiro Prêmio da Câmara Argentina del Libro pela ilustração do livro Juvenília, de Miguel Cané (Buenos Aires, Argentina).
1944 - Ilustra os livros Poesias Completas de Walt Whitmann e A Cabana do Pai Tomás, ambos pela Editora Schapire e Los Quatro Gigantes del Alma de Mira y Lopez, Salvador BA; freqüenta aulas de capoeira, visita candomblés e realiza desenhos e pinturas.
1945 - Faz ilustrações para o obra Robinson Crusoe, de Daniel Defoe, para a Editora Viau.
1946 - Auxilia na montagem do jornal Tribuna da Imprensa, no Rio de Janeiro.
1947 - Trabalha no jornal O Diário Carioca, no Rio de Janeiro.
1948 - Produz texto e ilustrações para o livro Ajtuss, Ediciones Botella al Mar (Buenos Aires, Argentina).
1949-1950 - Convidado por Carlos Lacerda para trabalhar na Tribuna da Imprensa, no Rio de Janeiro.
1950 - A convite do secretário da Educação Anísio Teixeira, muda-se para a Bahia, produzindo naquele ano dois painéis para o Centro Educacional Carneiro Ribeiro (Escola Parque), em Salvador, Bahia.
1950-1997 - Fixa residência em Salvador, Bahia.
1950-1960 - Participa ativamente do movimento de renovação das artes plásticas, ao lado de Mário Cravo Júnior, Genaro de Carvalho e Jenner Augusto.
1951 - Produz texto e ilustrações para obras da Coleção Recôncavo, editada pela Tipografia Beneditina e ilustrações para o livro Bahia, Imagens da Terra e do Povo, de Odorico Tavares, lançado pela Editora José Olímpio do Rio de Janeiro; por este trabalho obtém a medalha de ouro na 1ª Bienal de Livros e Artes Gráficas.
1952 - Realiza cerca de um mil e 600 desenhos para as cenas do filme O Cangaceiro, de Lima Barreto; trabalha, ainda, como diretor artístico e aparece como figurante neste filme (São Paulo, SP).
1953 - Ilustração para o livro A Borboleta Amarela, de Rubem Braga, Editora José Olímpio (Rio de Janeiro, RJ).
1955 - Ilustra a obra O Torso da Baiana, editada pelo Museu de Arte Moderna da Bahia.
1957 - Naturaliza-se brasileiro; produz águas-fortes, com desenhos originais, para a edição especial do livro Macunaíma, de Mário de Andrade, lançado pela Sociedade dos 100 Bibliófilos do Brasil.
1958 - Realiza mural em óleo para o Escritório da Petrobras, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América; ilustra o livro As Três Mulheres de Xangô, de Zora Seljan, Editora G. R. D. (Rio de Janeiro, RJ).
1959 - Participa do concurso para a escolha do projeto de execução de painéis para o Aeroporto John F.Kennedy, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, conquistando o primeiro e segundo prêmios.
1961 - Ilustra o livro Jubiabá, de Jorge Amado, Livraria Martins Editôra (São Paulo, SP).
1963 - Recebe o título de Cidadão da Cidade de Salvador, Bahia.
1965 - Ilustra A Muito Leal e Heróica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, obra lançada pela Editora Raymundo Castro Maya (Rio de Janeiro, RJ).
1966 - É co-autor com Jorge Amado da obra Bahia, Boa Terra Bahia, Editora Image (Rio de Janeiro, RJ); é autor (texto e ilustrações) do livro Olha o Boi, lançado pela Editora Cultrix (São Paulo, SP).
1967 - Recebe o Prêmio Odorico Tavares - Melhor Artista Plástico de 1967, em concurso instituído pelo governo do estado para estimular o desenvolvimento das artes plásticas na Bahia; realiza o Painel dos Orixás para o Banco da Bahia (atualmente cedidos ao Museu Afro-Brasileiro da UFBA) (Salvador, BA).
1968 - Ilustra os livros Carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei Dom Manuel, Editora Sabiá (Rio de Janeiro) e Capoeira Angolana, de Waldeloir Rego, Editora Itapoã (Bahia).
1969 - Produz ilustrações para o livro Ninguém Escreve ao Coronel, de Gabriel Garcia Marquez, Editora Sabiá (Rio de Janeiro, RJ).
1970 - Realiza ilustrações para os livros O Enterro do Diabo e Os Funerais de Mamãe Grande, editados pela Editora Sabiá (Rio de Janeiro, RJ); realiza ilustrações para o livro Agotimé her Legend, de Judith Gleason, editado pela Grossman Publishers (Nova Iorque, EUA).
1971 - Ilustra os livros Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marquez e A Casa Verde de Mario Vargas Llosa, ambos da Editora Sabiá (Rio de Janeiro, RJ); produz texto e ilustração para o livro Candomblé da Bahia, lançado pela Editora Brunner (São Paulo, SP).
1973 - Ilustração para o livro de Gabriel Garcia Marquez, A Incrível e Triste História de Cândida Erendira e sua Avó Desalmada (Rio de Janeiro, RJ); realiza mural para a Assembléia Legislativa e painel para a Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia.
1974 - Produz xilogravuras para o livro Visitações da Bahia, publicado pela Editora Onile.
1976 - Ilustra o livro O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá: uma história de amor, de Jorge Amado (Salvador, BA); recebe o título de Cavaleiro da Ordem do Mérito da Bahia.
1977 - Diplomado com a Honra ao Mérito Espiritual Culto Afro-Brasileiro, Xangô das Pedrinhas ao Obá de Xangô Carybé (Magé, RJ).
1978 - Realiza a escultura em concreto Oxóssi, no Parque da Catacumba; ilustra o livro A Morte e a Morte de Quincas Berro D´Água , de Jorge Amado, Edições Alumbramento (Rio de Janeiro, RJ).
1979 - Produz xilogravuras para o livro Sete Lendas Africanas da Bahia, lançado pela Editora Onile.
1980 - Desenha figurinos e cenário para o ballet Quincas Berro D´Água, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
1981 - Publicação do livro Iconografia dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia (Ed. Raízes), após trinta anos de pesquisas.
1982 - Recebe o título de Doutor Honoris Causa de UFBA.
1983 - Realiza painel para a Embaixada Brasileira em Lagos, na Nigéria.
1984 - Recebe a Comenda Jerônimo Monteiro no Grau de Cavaleiro (Espírito Santo); recebe a Medalha do Mérito Castro Alves, concedida pela Academia de Letras da UFBA; realiza a escultura em bronze Homenagem à mulher baiana, no Shopping Center Iguatemi (Salvador, BA).
1985 - Desenha figurinos e cenografia para o espetáculo La Bohéme, no Teatro Castro Alves; ilustra o livro Lendas Africanas dos Orixás, de Pierre Verger, publicado pela Editora Currupio.
1992 - Ilustra o livro O sumiço da santa: uma história de feitiçaria, de Jorge Amado (Rio de Janeiro, RJ).
1995 - Ilustração do livro O uso das plantas na sociedade iorubá, de Pierre Verger (São Paulo, SP).
1996 - Realização do curta-metragem Capeta Carybé, de Agnaldo Siri Azevedo, adaptação do livro O Capeta Carybé, de Jorge Amado, sobre o artista plástico Carybé, nascido na Argentina e que veio a tornar-se o mais baiano dos brasileiros.
1997 - Ilustração do livro Poesias de Castro Alves.


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