7 de outubro de 2012

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Iluminação de Bares e Restaurantes






Sensações e estímulos provocados pela luz
Nos bares e restaurantes, a atmosfera criada pela iluminação é tão importante quanto o cardápio. Além de sua função principal, que é mostrar com clareza alimentos e cores, ela invariavelmente contribui com a impressão que as pessoas tem sobre o lugar, seja ela positiva ou não, ao criar ambientações diversas: dramática, convidativa, relaxante, depressiva, interessante ou mesmo aborrecida.
Uma atmosfera para o café da manhã ou almoço bastante iluminada e brilhante pode mudar quando se trata de espaços destinados ao jantar. A flexibilidade da iluminação de um bar ou restaurante pode ser um diferencial de projeto. Ao utilizar diferentes grupos de luminárias com funções e propostas estéticas específicas, associadas aos sistemas de dimerização pode-se obter a luz adequada em ocasiões particulares.
Para a área do bufê, por exemplo, o nível de iluminação deve ser duas vezes superior aos das demais áreas do salào, com o uso de fontes de luz com excelente reprodução de cores para maior vivacidade deste ponto focal.
Luz e Espaço
Uma luz muito difusa e a ausência de sombras deixam todos os objetos com aparência plana e sem definição de formas. O contrário acontece com a combinação de luz e sombras, que intensifica a plasticidade dos objetos e arquitetura.A sombra, como a luz, também deve ser planejada, pois suas qualidades como quantidade, direção e contrastes são características do projeto.
Funções da Luz
A visibilidade corresponde à função primária da iluminação. No entanto, é também um elemento de projeto que tem funções espaciais ao alterar a percepção das formas, materiais, cores e proporções.Isto pode ser obtido a partir das diferenças de intensidade, tonalidades da luz e sua distribuição dentro do espaço. É preciso entender as funções da luz enquanto suporte de valorização e desempenho, tirando partido de suas qualidades como intensidade,cor, forma e movimento para atingir os objetivos do projeto.
O desenho da luz é formado pelos itens: intensidade, que se refere aos níveis de iluminação ou quantidade de brilho; cor, que é produto das características intrínsicas de matizes e tons para modificar a luz incidente; e contrastes de intensidades e cores. Todos esses efeitos são criados com o uso adequado de diferentes tipos de lâmpadas e luminárias e suas posições de instalaçào, que definirào uma modelagem específica para cada espaço.Entende-se como modelagem a distribuição da luz ou de que maneira ela incide nas superfícies criando claros, menos claros e sombras, o que irá definir nossa percepção do ambiente tridimensional. A iluminação pode promover orientação, estabelece limites e cria focos de atenção. Suas principais funções são:
  • Destacar: os seres humanos são fototrópicos, ou seja, são atraídos pela luz. A luz pode definir um foco, reforçar uma organização de hierarquias no espaço ou estimular uma circulação ao longo de um caminho;
  • Separar: estabelece diferentes ambientes num mesmo espaço, pois o sistema de percepção humana facilmente reconhece estas mudanças. Os espaços podem possuir as mesmas características e ainda assim se diferenciarem pela luz;
  • Conectar: interliga espaços através da similaridade de tratamento da iluminação ou ainda por definir elementos de transição de um local para o outro, de forma que apesar de separados fisicamente, possuam linguagens similares;
  • Definir hierarquias: orienta e pode ajudar a definir uma hierarquia espacial estabelecida. Grupos de luminárias podem delinear áreas, indicando a transiçào, evidenciando acessos e circulações;
  • Sugerir direção: nossa tendência é seguir a luz através dos caminhos, pois os pontos mais brilhantes de luz nos atraem como a "luz no final do túnel". Então se desejamos sugerir uma direção de movimento, a luz precisa ser mais brilhante.
      Luz e Comportamento
      A luz no espaço tanto pode oferecer sensações de bem-estar quanto de desconforto. Pesquisas tem demostrado que níveis mais baixos de iluminação provocam uma redução de ruídos, pois as pessoas tendem a falar mais baixo em baixas iluminâncias e falar mais alto em ambientes de maior claridade.
      Em restaurantes, o tempo de permanência dos clientes pode ser influenciado pelo tipo de iluminação, mesmo respeitando-se as normas vigentes e possíveis variações. Para locais onde se espera que o cliente fique pouco tempo, como lanchonetes e restaurantes self-services, as iluminâncias devem ser bastante altas, pois estimulam a refeição de curta duração. Para as casas que oferecem serviços à la carte, e, portanto, requerem uma permanência prolongada dos clientes, os tratamentos do espaço e da iluminação deverão propiciar relaxamento e conforto.
      Nem sempre os espaços que tem iluminação mais brilhante quer dizer que sejam melhores, aqueles que apresentam apenas iluminação difusa são, muitas vezes, considerados desinteressantes ao contrário daqueles que usam lâmpadas focadas. As situações preferidas parecem apresentar certos aspectos em comum, pois contem variedades de spot lighting e wall lighting.
      É interessante observar que a ocupação em um restaurante geralmente começa pelas mesas onde há mais aconchego e definição espacial. Com relação à iluminação, pesquisas mostraram que as pessoas tem preferência por se sentarem próximos a locais iluminados a ainda voltados para estes.

      Contrastes
      Os contrastes, ou ao que se chama uma interrupção no padrão visual, provocam diferentes reações nas pessoas. Além disso, ajudam na memorização dos detalhes de um espaço, sugerindo profundidade, distância e tridimensionalidade.
      Com relação à velocidade e dinamismo perceptivo, um bom contraste favorece a nitidez de contornos, diferenciando a figura do fundo, entretanto, as semelhanças ou tons sobre tons formam sequências rítmicas lentas e sem definição.

      Tipos de contrastes2:1 Perceptível (subliminar);
      5:1 Perceptível com a área se misturando ao entorno;
      10:1 Claramente perceptível com visào do foco e áreas do entorno;
      50:1 Dramático com sensação de isolamento;

      Cor e FisiologiaA interferência fsiológica e psicológica das cores é uma realidade: a primeira sensação de cor, antes de sua interpretação intelectual, acontece no sistema límbico, restritamente relacionado com a vida vegetativa e emocional. A energia eletromagnética da cor interage com as glândulas pituitária, pineal e hipotálamo, que regulam o sistema endócrino e as funções dos sistemas nervoso simpático e parassimpático, como a fome e a sede. As respostas emocionais (ódio, amor, dor e desprazer) tem origem no grupo de núcleos que formam o sistema límbico.
      As cores quentes (vermelho,laranja e amarelo)provocam sensações de materialidade e proximidade avançando em nossa direção e "diminuindo" o espaço. Por outro lado, as cores frias (azul,verde e violeta) provocam sensações de distância e imaterialidade, recuando e abrindo espaço. O uso coordenado de cores quentes e frias em um mesmo espaço pode fazer com que ele tenha vibrações rítmicas de profundidade.
      Restaurantes que requerem permanência prolongada, por exemplo, possuem por definição um caráter relaxante ou mesmo romântico, onde a luz não deverá ser uniforme e direta, mas localizada em pontos estratégicos, com tonalidade quente. Usar apenas azul em elementos da ambientação não basta, podendo-se equilibrá-lo com a presença do vermelho-bordô ou magenta, despertando sensualidade e emoções.

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