24 de abril de 2012

Mercado de decoração conquista mais clientes e se expande no Estado
por Inês Andrade
Especial para o JC

Um mercado que vinha atuando de forma discreta está conquistando um número cada vez maior de consumidores. Os produtos e serviços de decoração ganham espaço entre os pernambucanos e o número de lojas se multiplica. No Brasil, a estimativa é de que o varejo de decoração voltado para as classes A e B movimente cerca de R$ 10 bilhões ao ano. Mas não é apenas esse público que está valorizando o design de interiores. Classes mais populares já começam a despertar interesse pelo assunto.
De acordo com pesquisa realizada pela empresa Deca, as famílias com renda mensal igual ou superior a US$ 2,5 mil compõem o segmento de consumidores potenciais para produtos de decoração de alta qualidade. Mas há um público que pode usufruir desse mercado optando por mercadorias mais baratas e de qualidade.
Para se ter idéia do crescimento do mercado, 62% dos consumidores brasileiros investem mais em decoração do que os seus pais investiam. A informação foi obtida a partir de um estudo da Associação Brasileira de Arquitetos de Interiores e Decoradores (ABD), realizada com 100 famílias brasileiras.
Segundo pesquisa de Ricardo Botelho Marketing, existem, no Brasil, cerca de 4,5 mil pontos de venda que comercializam produtos nos setores de revestimento, mobiliário, tecidos, tapetes, iluminação e objetos para designers de interiores.
Em se tratando de decoração, Pernambuco não fica para trás, despontando entre os seis maiores mercados do País. O Estado compete com São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Rio Grande do Sul e Paraná. A posição de Pernambuco, entretanto, não foi conquistada de uma hora para outra. De acordo com o arquiteto Guilherme Eustácchio, o Estado já foi o primeiro lugar do Brasil em termos de decoração, mas não conseguiu manter a colocação. A recuperação começou nos anos 90. A diferença é que agora o setor vem abrindo seu leque de consumidores e movimentando cifras cada vez maiores.
“Acredito que o volume de vendas e de peças publicitárias tenha crescido 1.000%”, entusiasma-se o empresário Marcos Rolim, proprietário da La Lumi. Confiante no mercado, Rolim ampliou, este ano, sua loja de luminária, passando dos antigos 48 metros quadrados para 600 metros quadrados. “Em termos de decoração, Pernambuco foi o Estado que mais cresceu no Nordeste”, considera Rolim.
Segundo o empresário, um dos sucessos para competir no setor é oferecer produtos de qualidade e para um público cada vez mais amplo, com preços acessíveis. Na La Lumi, por exemplo, o consumidor pode encontrar peças de R$ 15.
Não apenas os produtos das lojas, mas o trabalho do arquiteto está conquistando camadas mais diferenciadas da sociedade. “As pessoas, às vezes, não sabem lidar com o espaço e arrumar as idéias para compor um ambiente adequado. Por isso, o arquiteto tem papel fundamental”, analisa a arquiteta Fátima Aguiar. A cada ano entram no mercado de Pernambuco cerca de 150 profissionais da área.
Segundo André Carício, também arquiteto, os consumidores estão descobrindo que podem economizar mais e obter o resultado esperado com o trabalho de um profissional. “O arquiteto consegue otimizar o material usado e os espaços. Para ter uma residência agradável não é preciso gastar horrores. Um ambiente bem produzido pode custar R$ 5 mil”, acrescentou Carício.

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