por Leila Navaro
Quando uma pessoa está perdidamente apaixonada, só tem olhos para o amor, só enxerga as qualidades e virtudes do ser amado, é tudo lindo e maravilhoso. Não é capaz de perceber fraquezas, defeitos nem contradições de seu adorado, pois, como diz o velho ditado, “o amor é cego”.
O sucesso também é cego, sabia?
É natural que, quando a carreira deslancha e tudo dá certo, um sentimento de empolgação tome conta de nós. O problema é que podemos ficar cada vez mais focadas em nossos objetivos e motivadas para novas conquistas; passamos a só ter olhos para o sucesso e deixamos de enxergar coisas importantes na vida. Deixamos de enxergar os outros, por exemplo. O sucesso pode nos dar a (falsa) idéia de que somos autosuficientes, poderosas, capazes de fazer tudo sozinhas – logo, não precisamos de conselhos, sugestões, opiniões e muito menos ajuda dos outros. Mesmo que não tenhamos a intenção de parecer arrogantes ou donas da verdade, acabamos repelindo as pessoas, pois elas sentem que não têm importância para nós e se distanciam. Desaprendemos a nos relacionar e confirmamos o famoso mito da "solidão do poder"...
Agora, se não enxergamos os outros, podemos também deixar de enxergar a realidade, pois ela não é só o que vemos: é também aquilo que os outros nos mostram. Um típico exemplo disso se passou com uma amiga. Funcionária de um banco há muitos anos, havia chegado a um cargo gerencial e estava tendo muito sucesso. Um belo dia o banco foi comprado, sofreu uma reestruturação e minha amiga foi transferida para um setor menos importante. Havia algo estranho no ar, mas ela não percebia nada de anormal: afinal, era uma profissional bem-sucedida e não tinha com o que se preocupar.
Meses depois foi transferida de novo, e para um setor ainda menos importante. A família e os amigos mais chegados tentaram alertá-la de que algo drástico estava por vir, mas ela, muito autoconfiante, não deu atenção. Semanas depois, foi demitida, e só então “caiu a ficha”: estava recebendo claros sinais de que sua bem-sucedida carreira na empresa estava no fim, mas não percebia isso.
Agora, se não enxergamos os outros, podemos também deixar de enxergar a realidade, pois ela não é só o que vemos: é também aquilo que os outros nos mostram. Um típico exemplo disso se passou com uma amiga. Funcionária de um banco há muitos anos, havia chegado a um cargo gerencial e estava tendo muito sucesso. Um belo dia o banco foi comprado, sofreu uma reestruturação e minha amiga foi transferida para um setor menos importante. Havia algo estranho no ar, mas ela não percebia nada de anormal: afinal, era uma profissional bem-sucedida e não tinha com o que se preocupar.
Meses depois foi transferida de novo, e para um setor ainda menos importante. A família e os amigos mais chegados tentaram alertá-la de que algo drástico estava por vir, mas ela, muito autoconfiante, não deu atenção. Semanas depois, foi demitida, e só então “caiu a ficha”: estava recebendo claros sinais de que sua bem-sucedida carreira na empresa estava no fim, mas não percebia isso.
É a tal história: o sucesso reforça nossa autoconfiança, o que é ótimo, mas torna-se perigoso quando nos faz incapazes de enxergar os alertas que os outros nos dão. Pior ainda é quando nos tornamos incapazes de enxergar nós mesmas. O sucesso nos faz ter olhos para o que queremos, mas desvia a atenção daquilo que sentimos. A mente pede descanso, o corpo padece, o relacionamento afetivo balança, os amigos se afastam... E a gente faz de conta que nada está acontecendo. Até o dia em que a casa cai, ficamos doentes ou temos uma crise na vida pessoal, e não podemos mais ignorar nossas dores e desconfortos.
Por isso, fique atento: o sucesso é cego, e aliás surdo também. É maravilhoso que ele aconteça, desde que não seja às custas de outras coisas importantes na vida.
Por isso, fique atento: o sucesso é cego, e aliás surdo também. É maravilhoso que ele aconteça, desde que não seja às custas de outras coisas importantes na vida.
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