12 de abril de 2009

GESTÃO DA COMPETÊNCIA - 7ª AULA - COMPETITIVIDADE


por Dulce Magalhães

Qual a nota média necessária para passar de ano, na escola? Se você respondeu sete, pode se juntar a grande maioria das pessoas, no Brasil e no mundo.
O objetivo de todo aluno, dentro do sistema atual de ensino, é "passar" de ano. Desta forma atingir a média necessária acaba sendo uma meta por si mesma. Todo estudante luta por atingir um mínimo de sete em todas as matérias.
É assim que somos condicionados a ter um desempenho mediano vida afora. Na medida que fomos durante anos estimulados a alcançar a média e passar de ano, focamos nosso desempenho mas em função disso, do que no desenvolvimento de habilidades nas quais éramos melhores do que a média.
Daí que criamos um comportamento médio, passamos a ter uma vida nota sete. Se tudo está bem, temos uma boa colocação no mercado, moramos numa boa casa, temos um bom carro, estamos com uma saúde razoável, enfim todos os nossos índices de vida alcançam pelo menos uma nota sete, nos acomodamos à situação.

"Nosso foco na escola é passar de ano, tirar nota sete, e a escola é apenas um reflexo da sociedade."

Só passamos a nos "mexer" quando nossa pontuação na vida cai para menos que sete. Uma pontuação baixa como um enfarto, nos faz rever nossos hábitos alimentares e esportivos. Uma separação nos faz repensar nossa imagem e a qualidade que imprimimos em nossos relacionamentos. Uma demissão nos exige uma avaliação profunda de desempenho e uma reciclagem urgente de nossas habilidades.
Como estamos focados num desempenho médio, só fazemos mudanças importantes quando estamos abaixo da média. Do contrário nos contentamos em estar vivendo dentro daquele confortável ritmo de sempre.
Outra questão presente no sistema pelo qual fomos treinados é a comparação excessiva com o outro. Nosso parâmetros estão voltados para superação do outro. Tínhamos que ser melhor que nosso irmão, nosso vizinho, nosso colega de classe, etc. A medida de nosso desempenho estava atrelada ao desempenho do outro.
Numa realidade que as pessoas atuam dentro de uma performance mediana, o foco no outro pode nos condenar a mediocridade eterna.

O OBJETIVO É APRENDER
Precisamos entender a diferença entre competição e competitividade. Enquanto nosso foco for externo estaremos deixando de lado imensas oportunidades de desenvolvimento de nossa excelência.

COMPETIÇÃO É a superação sistemática do outro. Chegar na frente, ser melhor que alguém mais, vencer ao outro. Esses são os princípios da competição.

COMPETITIVIDADEÉ a superação sistemática de mim mesmo. Me manter à frente, ser um pouco melhor todos os dias, vencer minhas deficiências, superar meus limites.
Se um atleta treina para vencer outros competidores, sua atuação estará voltada para os resultados já alcançados por alguém. Quando esse atleta treina para superar-se todos os dias, sua atuação está voltada para o desenvolvimento de potencial e a conquista de índices ainda não existentes.
Fazendo uma revisão de nossas crenças podemos redirecionar nossa energia produtiva. Ao invés de investirmos na idéia de "passar" de ano, ou seja, de termos uma vida considerada "boa", devemos investir no objetivo de aprender sempre mais. Assim estaremos atuando na área da excelência.
É preciso ter a percepção do valor da excelência. É aquela atuação admirável que percebemos em algumas pessoas. É um talento em plena ação, um desempenho que beira ao genial, nos encanta. Essa excelência só ocorre na faixa entre o nove e o dez, com nota sete é impossível ser excelente.
Para desenvolvermos nossa excelência teremos que ser mais competitivos. Superar nossas marcas diariamente, bater recordes ininterruptos, estabelecer novos limites, arriscar em áreas inexploradas.
A excelência está ao alcance de todas as pessoas, sem qualquer distinção. Entretanto é preciso retreinar nossa percepção de sucesso. Deixar de se contentar em passar de ano e desejar ardentemente deixar uma marca distinta a cada novo ano.

AUTODIAGNÓSTICO DE SUA COMPETITIVIDADE
Aprendo algo novo todo dia?
Tenho superado minhas metas de modo constante?
Tenho me proposto objetivos desafiadores e estimulantes?
Faço uma avaliação periódica de meu desempenho?
Sei o quanto progredi no último semestre?
Sei quais minhas metas de progresso para o próximo semestre?

O QUE FAZEMOS
Não temos clareza de nosso potencial
Atuamos dentro de um desempenho médio
Nos comparamos com outras pessoas
Não sabemos definir nossos talentos

O QUE DEVEMOS FAZER
Investigar com afinco que habilidades podemos desenvolver
Perseguir a excelência e buscar um desempenho progressivo
Nos comparamos com outras pessoas
Fazermos um diagnóstico de nossa situação e fazer comparações periódicas de nosso desempenho
Identificar em que somos melhores do que a média

COMO FAZER
Estabelecer índices de superação pessoal, eleger 03 a 05 habilidades que você possui e periodicamente (trimestral ou semestralmente) fazer uma avaliação do uso e do desenvolvimento daquelas habilidades. Você pode aumentar a lista na medida que for conseguindo um melhor desempenho nas habilidades anteriormente eleitas. Só não deixe de continuar investindo, mesmo naquelas habilidades em que você é considerado excelente. Ao contrário, é nessas habilidades que você deve investir com mais energia e constância, treinar mais, aprender mais, exercitar mais vezes, como um atleta se preparando para uma olimpíada.

DICAS
Ser competitivo exige hoje uma multiplicidade de talentos. Entretanto não há nenhuma capacidade que possa ser bem aproveitada, sem que você possa desenvolver seu auto controle, gerenciando suas emoções e seus relacionamentos. Assim uma dica é a leitura do best seller "Inteligência Emocional" de Daniel Goleman. O autor faz um estudo detalhado de como o controle de nossas emoções são a essência de nosso sucesso. A leitura é densa e está recheada de informações acadêmicas, já que foi a tese de doutorado de Goleman, mas é de uma riqueza de exemplos para nosso melhor desempenho que vale a pena se lançar à leitura.

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