18 de fevereiro de 2009

A aparência conta, sim!



Por Heloísa Noronha
Quem já enfrentou uma entrevista de emprego certamente se preocupou em usar uma roupa bonita - que transmitisse seriedade e competência -, bons sapatos, cabelos em ordem e visual impecável, não é? A imagem, no entanto, não deve ser chamariz apenas para conquistar uma vaga almejada. Cuidar da aparência no dia-a-dia do mundo do trabalho conta pontos, também. O problema é que nem sempre os códigos são bem claros – e qualquer erro pode comprometer um desempenho, até então, irretocável. Elaboramos, aqui, uma série de dicas para ajudá-lo a construir o seu melhor cartão de visitas: você! Vamos primeiro, às sete regrinhas de ouro:

1. Promoção = guarda-roupa incrementado
De acordo com as especialistas Fernanda Resende e Cristina Zanetti, da empresa Oficina de Estilo, de São Paulo, antes mesmo de receber uma promoção o profissional deve se vestir de acordo com a posição que deseja ocupar na empresa. “Um estagiário de Direito, por exemplo, pode se espelhar no advogado e um diretor deve se basear no estilo do presidente”, exemplifica Fernanda. Nem sempre existem dress codes (códigos de vestir) específicos para cada cargo ou hierarquia, então o que acaba situando funcionários de qualificações diferentes é a sua aparência. “A sensação de que houve preocupação com o vestir e com materiais de qualidade indiscutível fazem a diferença no julgamento. Sempre se espera que o presidente se apresente melhor que o diretor, e esse melhor que o trainee”, destaca Cristina.

2. Só gaste o necessário
Se a sonhada promoção chegou e, com ela, a necessidade de se vestir adequadamente para o novo cargo, antes de ir às compras é preciso ter uma palavra em mente: moderação. Isso vale principalmente para as mulheres, normalmente mais consumistas do que os homens. “Gastar muito dinheiro em roupa e andar pelos corredores da empresa desfilando as últimas tendências das passarelas chega a ser impróprio e até prejudicial. A funcionária passa a imagem de que é esbanjadora e de que não precisa realmente trabalhar para viver”, comenta a consultora Inês de Castro, autora do livro A moda no trabalho (Panda Books). Em vez de comprar roupas de “modinha”, que em pouco tempo se tornam ultrapassadas, vale mais a pena investir em pastas, relógios, sapatos e peças bem cortadas. A dica serve para ambos os sexos.

3. Busque ajuda especializada
Se você acaba de mudar de emprego e tem dúvidas sobre como as pessoas se vestem na empresa, não há mal nenhum em fazer perguntas à chefia ou a alguém do departamento de Recursos Humanos. Afinal, não é em todo lugar que a sexta-feira permite um visual mais despojado. Observar a conduta alheia também oferece pistas interessantes. Uma outra forma de não fazer feio no ambiente profissional no que diz respeito à roupa é contratar consultores especializados.

4. Atenção às multinacionais
Esse tipo de empresa costuma ter códigos pouco flexíveis de vestimenta. Para as mulheres, portanto, é bom fugir de decotes, saias justas e fendas pronunciadas, bem como de barriga de fora, mesmo uma pequena faixa. “Nas multinacionais norte-americanas, sandálias com dedos de fora não costumam ser bem-vindas”, conta a consultora de moda Inês de Castro. “É melhor optar por um sapato leve ou sapatilha no verão. Cabelos soltos e esvoaçantes e acessórios barulhentos também devem ser evitados”, completa. Para os homens, nada de cores reluzentes, bermudas e jeans, que é considerado muito despojado. Em empresas japonesas, mulheres com unhas muito compridas e vermelhas não são bem vistas; já nas francesas, as funcionárias costumam estar sempre de meias finas. “Em multinacionais, tatuagens e piercings, em geral, não podem estar à mostra”, comenta a personal stylist Silvana Bianchini, da Dresscode, de São Paulo.

5. Ocasiões extra-expediente
Festas na casa de colegas de trabalho são, geralmente, ocasiões informais. É claro que a roupa, nesse caso, pode ser um pouco mais descontraída e informal, mas sempre é bom lembrar que contenção vai bem – em todos os sentidos. Embora a situação seja despojada, aquelas pessoas são colegas de trabalho, e não amigos íntimos. “Beber excessivamente e, no caso das mulheres, chamar excessivamente a atenção para o corpo ou o estilo ousado pode render comentários indesejáveis”, garante Silvana Bianchini.

6. Na rua, com conforto
Profissionais que trabalham boa parte do dia na rua, como vendedores, atendentes de agências de publicidade e representantes comerciais, precisam se vestir de acordo com as intempéries climáticas, o entra-e-sai do carro e as calçadas esburacadas de algumas cidades. Por isso, é importante investir em sapatos confortáveis e de excelente qualidade, que parecerão sempre impecáveis. É bom evitar roupas muito claras, que sujam com facilidade, e de tecidos sintéticos que retêm o suor e mancham. “Aposte em peças confortáveis e simples: nada de muitos laços e tiras ou paletós cheios de botões, que só complicam a vida”, ensina a consultora Inês de Castro.

7. A pegadinha do ambiente informal
Em geral, algumas empresas – agências de publicidade, escritórios de marketing e editoras, por exemplo – têm uma dinâmica mais despojada, que permite o uso de roupas mais descontraídas. Ainda assim, todo cuidado é pouco. Em primeiro lugar, descontração não é sinônimo de desmazelo: peças puídas, com bolinhas, esgarçadas, desbotadas ou furadas pegam muito mal. Vale a pena manter-se longe, também, de camisas de times de futebol, camisetas com dizeres engraçadinhos ou de bandas, transparências, tecidos muito brilhantes e chinelos.

A lista negra
Segue uma relação de peças e acessórios que derrubam o visual correto de qualquer pessoa que deseja galgar os degraus do sucesso. Veja!

Para mulheres: saias ou vestidos muito curtos (dois dedos acima dos joelhos é o limite); roupas muito justas, que marcam a calcinha ou deixam o sutiã à mostra; decotes excessivos (usar a linha das axilas como base é uma boa solução!); usar nos pés tamancos, plataformas, sapatos de plástico, tênis, botas esportivas ou chinelinhos; excesso de jóias ou de acessórios; bijuterias de plástico, grandes demais, de estilo hippie ou étnico e que façam barulho (pulseiras de berloques); presilhas de plástico (tipo piranha) ou frufrus de tecido para prender os fios; cabelo muito volumoso, muito armado (cabelo profissional é cabelo controlado!); unhas com esmalte descascado, nenhuma maquiagem ou excesso de maquiagem.

Para homens: camisas de mangas curtas usadas com gravata; camisas de mangas longas + gravata usadas sem paletó (gravata só com paletó!); camisas com botõezinhos no colarinho usadas com gravata e paletó; meias brancas (só são usadas com tênis!) ou nenhuma meia; celular preso no cinto; bolsos de camisa ou de calça estufados com carteira ou outros objetos; colarinho amarelado ou puído; calça jeans com vinco; camiseta regata; qualquer peça de moletom; barba por fazer; gravatas estampadas com personagens de quadrinhos; pêlos em excesso no nariz ou nos ouvidos; sapatos, cintos e maletas com couro gasto.

Fora de moda
Alguns itens já fizeram muito sucesso - inclusive dentro dos escritórios -, mas hoje em dia, a não ser para quem trabalha com moda e sabe como criar uma produção divertida, estão datados e podem deixar o visual cafona. É bom evitar:

Mulheres: meia-calça branca ou muito clara, sapatos tipo mocassim com salto alto, estampas de animais, look militar, look feminino com gravata, ombreiras, tailleur de manga curta, maquiagem colorida com sombras azuis e verdes e batom laranja ou dourado, cortes de cabelo que homenageiam artistas dos anos 80.

Homens: gravata de crochê, prendedor de gravata, terno de linho, paletó tipo jaquetão (quase nunca dá certo...), calça preta combinada com sapatos e cintos em couro caramelo, paletó com botões dourados, ternos em cores não convencionais, calças boca-de-sino, botas de cowboy, bolsa capanga, costeletas chamativas.

Descubra a sua harmonia
De nada adianta gastar rios de dinheiro em camisas italianas ou terninhos de grife se a cor da roupa acaba ressaltando olheiras ou manchas no rosto. Para driblar esse problema, a consultora de moda Patrícia Tucci, coordenadora do site www.estilopessoal.com.br, costuma ensinar a técnica do colorismo aos seus clientes. Ela leva em consideração o tom da pele, dos olhos e dos cabelos e prega que nós fazemos parte de dois tipos de harmonia: a prateada ou fria e a dourada ou quente.

“A primeira inclui nuances frias, suaves e profundas, e a segunda cores quentes, vibrantes e contrastantes”, diz Patricia Tucci, que também é docente do curso de Colorismo da Universidade Anhembi Morumbi, de São Paulo. Para descobrir a qual harmonia pertence, é preciso antes fazer um teste. Você vai precisar de dois pedaços de tecido maleável, um dourado e outro prateado. De dia, em frente ao espelho e, de preferência, num cômodo que permita a entrada da luz natural, aproxime o pedaço de tecido dourado do rosto e repare se os olhos parecem mais brilhantes ou fundos, se as olheiras são realçadas ou minimizadas, se a cor da boca e das bochechas é valorizada, se há disfarce ou não das rugas, espinhas ou manchinhas avermelhadas e se a região acima dos lábios fica escurecida.

O dourado costuma amarelar o rosto de quem pertence à harmonia fria; enquanto o prateado empalidece pessoas da harmonia quente. Faça as mesmas observações em relação ao tecido prateado. Pode apostar: o tom que deixar a face mais viva, bonita e saudável revela a sua harmonia correta. Mulheres devem fazer o teste sem nenhuma maquiagem e, se pintarem os cabelos, precisam prendê-los.

O jogo das proporções
Por melhor e mais bonita que seja a roupa, se ela não combinar com as dimensões do seu corpo, o visual fica terrivelmente comprometido – e os pontos fracos, mais destacados ainda. Algumas soluções para os problemas mais comuns:

Mulheres
Falta de cintura – use cinto sobre a roupa, sempre em cor escura, blazers e casaquinhos com faixa do mesmo tecido e calças com corte reto ou afunilado. Quadril largo – dê preferência a saias e calças mais sequinhas e de cores escuras. Decotes de ombro a ombro também caem bem. Muito busto – aposte em tons escuros na parte superior do corpo e decotes em V. Barriguinha saliente – use casaquinhos estilo twin set (sem abotoar o último botão) e blazers acinturados. Evite cintos. Pernas curtas – invista nos saltos altos, nos sapatos da mesma cor que a calça e saias acima do joelho.

Homens
Muito musculosos – fuja de ombreiras, de colarinhos altos e muito justos e de calças sociais apertadas.
Tronco curto e pernas longas – looks monocromáticos caem bem. Outro truque é afofar a camisa e deixar uma ligeira sobra acima da cintura.
Ombros caídos – paletós dão a estrutura que falta. Ombreiras sim, mas sem exagero, e camisas do tipo pólo são boas pedidas. Muito magros – invista em calças que tenham algum volume de pregas nos quadris e que afunilem discretamente em direção à barra. Baixinhos – o ideal é usar paletós de três botões, camisas de listras verticais e looks monocromáticos.

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